Angola destaca parceria estratégica com o Banco Mundial para o desenvolvimento nacional

O Governo de Angola destacou, esta semana, o papel importante do Banco Mundial no processo de reconstrução e desenvolvimento do país, reafirmando o compromisso de aprofundar a cooperação com a instituição financeira internacional. A afirmação foi feita pelo Ministro do Planeamento, Victor Hugo Guilherme, durante um audiência concedida ao Vice-Presidente do Banco Mundial para a Região Oriental e Austral, Ndiamé Diop, realizada na segunda-feira, 21 de Julho, nas instalações do Ministério do Planeamento (MINPLAN), em Luanda.

Durante o encontro, o Ministro sublinhou a relação histórica e estratégica entre Angola e o Banco Mundial, salientando a intenção do Executivo de intensificar a cooperação. “Temos tido uma relação saudável e queremos manter e ainda intensificar. Só com uma relação saudável é que podemos implementar a nossa carteira, e esse é o nosso objectivo”, afirmou.

Segundo o governante, Angola tem registado um aumento significativo nos desembolsos do Banco Mundial, quadruplicando em relação aos anos anteriores, resultado do reforço da cooperação e da acção do Presidente da República. No entanto, o Ministro reconheceu que, apesar dos avanços, a carteira de projectos do país ainda é reduzida em comparação com outras nações de dimensão semelhante, sobretudo face aos desafios herdados do passado. “Viemos há pouco tempo de uma guerra interna e estamos num processo de reconstrução. Sem a ajuda das instituições multilaterais de cooperação, isso não seria possível. E, nessa relação, o Banco Mundial se encontra em destaque, até porque durante a guerra civil o Banco sempre nos apoiou”, destacou.

O Ministro anunciou ainda a realização, até ao final deste mês, de uma reunião conjunta para revisão da carteira de projectos, com a participação de representantes dos sectores e unidades de implementação. Entre os principais programas em curso, destacou-se a Operação de Políticas de Desenvolvimento (DPO), que conta com uma proposta de 10 pontos, em elaboração pelas equipas dos Ministérios do Planeamento e das Finanças, em articulação com o Banco Mundial. Quatro desses pontos já foram concluídos, e um dos itens relacionados com o Ministério dos Petróleos será substituído, por não ser exequível até 2027.

O Vice-Presidente do Banco Mundial, expressou satisfação por estar em Angola e reiterou o compromisso da instituição em apoiar o país. “Estamos aqui para apoiar o Governo. Por parte da International Finance Corporation (IFC), temos uma presença muito forte em países como a Indonésia, e estamos prontos para reforçar a nossa actuação em Angola”, afirmou.

Sobre o Corredor do Lobito, o dirigente reconheceu o seu potencial estratégico para o desenvolvimento regional: “É uma boa visão. Poderá trazer muitos benefícios ao longo do corredor. A nossa preocupação é com a população de Angola, e vi que têm muitos pontos fortes.”

Em relação ao DPO, Ndiamé Diop considerou-o um programa sólido para a gestão macroeconómica. Enalteceu os sinais positivos da economia nacional, como o aumento das reservas internacionais e a redução da inflação, embora tenha admitido que os avanços ainda não se reflectem no volume de financiamento disponível.

Já o representante do Ministério das Finanças destacou os esforços conjuntos com a IFC, especialmente na área dos fertilizantes, reforçando o alinhamento com os objectivos do DPO.

O Ministro do Planeamento enfatizou a importância dos investimentos no capital humano. O DPO, pela dimensão solicitada em termos de investimento, tem a ver com esse esforço no capital humano. A estratégia do Banco Mundial vai ao encontro da estratégia de longo prazo do Governo”, concluiu.

O Executivo prepara ainda a apresentação de novos projectos nas áreas da agricultura, infra-estruturas e desenvolvimento humano. Nesse âmbito, Angola, na qualidade de Presidente em exercício da União Africana, trabalha com a AUDA-NEPAD na organização de uma conferência sobre o financiamento de investimentos em África, a ter lugar no mês de Outubro, em data anunciar, com foco especial nos projectos de impacto regional, como energia, estradas e caminhos-de-ferro.