USAID tem 900 milhões de dólares para investir no corredor do Lobito e outros 250 milhões para produção de energia solar

Depois de 30 anos de parceria com Angola no sector da saúde, a USAID procura agora diversificar as suas áreas de actuação e apoiar os sectores da agricultura, educação, infraestruturas, e exportação.

A informação foi avançada esta segunda-feira, 7 de Agosto durante um encontro entre os Secretários de Estado para o Planeamento e para a Economia, Milton Reis e Ivan dos Santos, respectivamente, com uma delegação de representantes da USAID.

Durante o encontro, os governantes deram a conhecer à delegação, as prioridades de Angola para o desenvolvimento, com base nos instrumentos nacionais de planeamento, como a Estratégia de Longo Prazo 2050 (ELP Angola 2050) e o Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN 2023-2027).

Milton Reis apresentou os cinco eixos da recém-aprovada ELP - Angola 2050, e destacou a necessidade de apoio e parcerias internacionais nos dois primeiros eixos, que falam sobre a valorização e potencialização do capital humano e a modernização das infraestruturas. A intenção é que estes dois eixos alavanquem os restantes três que olham para a diversificação da economia, a resiliência e sustentabilidade, e uma Angola mais inclusiva e com igualdade de oportunidades para todos.

Maria Price Detherage, Administradora Assistente Adjunta da USAID, responsável pelo gabinete regional africano da organização, afirmou que os eixos apresentados pelo Secretário de Estado estão perfeitamente alinhados com aquilo que são as prioridades da USAID para os próximos anos.

Explicou que os Estados Unidos da América, através da Parceria Global para Investimento em Infraestrutura (Partnership for Global Infrastructure Investment - PGII) do G7, têm disponíveis 500 mil milhões de dólares norte americanos para investir em infraestruturas em países de rendimento médio e baixo, nos próximos cinco anos. Deste valor, 900 milhões poderão ser investidos em Angola, no Corredor do Lobito, e outros 250 milhões, em projectos de produção de energia solar.

A Administradora destacou o reforço de um total de 12 milhões de dólares norte americanos para a capacitação de mulheres em zonas rurais, envolvidas na produção agrícola, e para a protecção da região do Okavango, como exemplos dos projectos que doravante a organização procura financiar em Angola.

Milton Reis e Ivan dos Santos disseram que contam com o apoio da USAID e dos seus parceiros para a atração de investidores americanos para o país, e esperam também ter apoio técnico para a monitoria da implementação dos instrumentos de planeamento, e para as várias iniciativas do MEP que devem contribuir para a diversificação da economia angolana.

A delegação exortou os esforços que o Governo angolano tem vindo a fazer no combate à corrupção, apontando como um factor positivo para a atração de empresas americanas para o país.

A USAID (United States Agency for International Development) é uma agência do governo dos Estados Unidos responsável por coordenar e fornecer assistência humanitária e de desenvolvimento em vários países à volta do mundo.