Estratégia de Longo Prazo Angola 2050 levada à Universidade Católica de Angola

Planeamento
Saturday, 30 de September de 2023, às 23h09
Estratégia de Longo Prazo Angola 2050 levada à Universidade Católica de Angola

O Secretário de Estado para Economia, Ivan Marques dos Santos, ministrou, na última Sexta-feira, 23 de Junho, uma aula especial sobre a Estratégia de Longo Prazo Angola 2050. A conferência didática foi destinada a estudantes do Curso de Economia da Universidade Católica de Angola, em Luanda.


Com essa aula, o governante aproveitou para apresentar o documento director do planeamento estratégico equacionado pelo Executivo, que se destina a determinar o destino do país, nos próximos 27 anos. De forma sintetizada, estruturada e objectiva, Ivan dos Santos discorreu sobre os princípios, os eixos e os objectivos que o Executivo esquadrinhou para o alcance das metas refletidas nos números por concretizar, no âmbito da estratégia Angola 2050.


A aula ficou marcada por uma série de questões levantadas pelos estudantes, com destaque para o tema da melhoria do ambiente de negócios em Angola, os índices de crescimento da população, as oportunidades e o papel do sector privado no processo de diversificação da economia nacional e o alinhamento dos jovens perante os projectos a implementar no âmbito da ELP Angola 2050.


Uma estudante do 1 ano do Curso de Economia, manifestou-se preocupada com as idéias equacionadas na Estratégia, para influenciar a taxa de natalidade. Cueidmira Luegi acredita que, se o Estado adoptar medidas para impactar a redução da natalidade, o país estará também a criar circunstâncias para influenciar negativamente a capacidade do factor humano na produção. A jovem estudante defende que, se de acordo com as previsões da ELP 2050, a população deverá aumentar, terá de ser a densidade populacional a adequar a macroeconomia e não esse modelo a impactar os âmbitos considerados ideais dos índices populacionais. Esclareceu que deverá então haver um aumento da capacidade produtiva correspondente com as demandas das necessidades colectivas.


A este respeito, o Secretário de Estado, Ivan dos Santos, reconheceu que o tema dos índices de crescimento da população face à produtividade económica constitui uma matéria sensível, muito embora, como disse, a Estratégia pretenda garantir que a produção nacional consiga enxugar a mão de obra. Lembrou que o Estado não pretende, com isso, limitar a natalidade, mas sim, através de critérios de educação da população, elevar os níveis de consciência, principalmente nos jovens, sobre a necessidade de assegurar-se uma cultura de crescimento populacional harmonioso relativamente à produção nacional.


Quanto ao papel do sector privado na diversificação da economia, o Secretário de Estado defende que a ELP visa garantir um sistema de ensino de qualidade, capaz de ajudar a investir na capacitação do homem , uma vez que o país pretende alcançar, em 2050, níveis elevados de competitividade na economia entre as empresas e os actores do sector privado, a quem caberá dinamizar o impacto da actividade económica .


Um segundo desafio passa pela melhoria do ambiente de negócios em Angola, apto a garantir o investimento directo estrangeiro, melhorando as infraestruturas, concedendo benefícios fiscais aos investidores, oferecendo um contexto nacional seguro e saudável aos negócios, bem como melhores condições para o repatriamento de capitais.


Ainda no domínio da diversificação da economia, destaca-se o sector agrícola, para cujo fomento, a Estratégia Angola 2050 oferece os requisitos que deverão favorecer um crescimento mais acelerado. O governante apontou, a esse respeito, o Plano Nacional de Produção de Grãos, vulgo PLANAGRÃO, aprovado para garantir mais investimentos no sector agrícola. Sendo este um plano integrado, o PLANAGRÃO envolve diferentes camadas produtivas que vão desde o cultivo, passando pela transformação e culminando com a distribuição.


A par disso, referiu ser necessário assegurar, nos melhores termos, o financiamento à economia, com o crédito ao sector privado, apesar de que, segundo reconheceu , esteja ainda a uma taxa considerada elevada.


Lembra que que o sector agrícola cresceu de forma considerável, isto através do Aviso 10, um instrumento que o Banco Nacional de Angola (BNA) criou e que contém condições específicas e atrativas em que a taxa de juros é de 7,5%.


Este foi um evento realizado por solicitação da Universidade Católica de Angola, cujos académicos, enquanto parceiros fundamentais para o desenvolvimento inclusivo de Angola, esperam que as questões, as recomendações e os contributos produzidos sejam levadas em conta no quadro da partilha e recolha de idéias em torno da Agenda Angola 2050.



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