A primeira sessão de auscultação sobre a Estratégia de Longo Prazo ELP-Angola 2050, teve lugar nesta segunda-feira, 22, em Luanda, no processo que vai decorrer até 9 de junho do ano em curso.
A sessão realizou-se na sede do Ministério das Relações Exteriores, e teve como temas principais das contribuições, a cooperação para o desenvolvimento do capital humano, o crescimento do sector agrícola, o desenvolvimento do sector de transformação digital, a descentralização do poder administrativo, a redução da taxa de desemprego e a melhoria das políticas públicas, entre outros.
Presidido pelo Ministro da Economia e Planeamento, Mário Caetano João, acompanhado pelos Secretários de Estado para a Cooperação Internacional e Comunidades Angolanas, Domingos Vieira Lopes, e para o Planeamento, Milton Reis, o encontro visou recolher as contribuições dos parceiros internacionais de cooperação e desenvolvimento do país.
Mário Caetano João, explicou que foram vários os factores que concorram para a elaboração desta nova estratégia. Um deles é o desfasamento e os resultados alcançados pela anterior estratégia, e outro é a necessidade de alinhamento com os novos compromissos que o país foi assumindo com outras estratégias, como a agenda 2063, da União Africana (UE), a 2030, da Organização das Nações Unidas (ONU) e bem como outros trabalhos que Angola tem vindo a realizar, para que o país passe da condição de um país menos avançado para um país de rendimento médio.
A Estratégia de Longo Prazo, Angola 2050, cuja implementação está orçada em 900 mil milhões de dólares norte americanos, segundo o Ministro, é a ferramenta principal para a elaboração do Plano de Desenvolvimento Nacional, pois, apresenta as opções estratégicas de desenvolvimento a longo prazo (30 anos) do País. O documento apresenta cinco (5) eixos prioritários, nomeadamente:
I. Valorização e potencialização do capital humano
II. Modernização das infraestruturas
III. Diversificação da Economia
IV. Resiliência e Sustentabilidade
V. Igualdade de Oportunidades
Segundo o Ministro, por ser um o documento estratégico orientador de todo o Sistema Nacional de Planeamento, “a Estratégia estabelece elementos críticos para o planeamento de longo prazo do país, como a aspiração clara e realística para os próximos 27 anos, a narrativa de crescimento suportada por factos, a definição das principais prioridades sectoriais, identificação dos principais motores de crescimento e equilíbrio económico”.
Jeannette Seppen, Embaixadora da União Europeia, alertou que se deve ter em conta, no âmbito dos eixos apresentados, o crescimento da população angolana, que pode ser uma oportunidade ou também um desafio para a implementação desta estratégia. A embaixadora apontou também para a abertura de Angola para vistos, a utilização de cartões de crédito, a implementação da língua inglesa para maior atracção de investidores, e as questões ligadas ao ambiente, como áreas de grande oportunidade, principalmente para o desenvolvimento do ecoturismo.
Os representantes da Organização das Nações Unidas, falaram da necessidade de um desenvolvimento equilibrado a nível de todo o território nacional, e da descentralização do poder administrativo.
Dentro do eixo da valorização e potencialização do capital humano, os representantes da UNICEF, destacaram a necessidade de o país buscar este crescimento, a partir da infância, ou seja, olhando mais para as crianças.
No domínio da cooperação, Lennart Larsson, Embaixador da Suécia em Angola, destacou a importância de a embaixada angolana no exterior, promover o país na senda da captação de mais investimentos estrangeiros.
Vladimir Tararov, Embaixador da Rússia em Angola, solicitou que o governo olhasse de forma mais estratégica para melhor direccionar a cooperação nas questões ligadas à educação e capacitação profissional.
O Ministério da Economia e Planeamento irá realizar, até 12 de Junho, sessões de auscultação pública, para a finalização deste processo nas dezoito provinciais do país, com o objectivo de obter contributos dos grandes actores dos sectores público e privado ligados ao empresariado, academia e sociedade civil.