Delegação de alto nível ouve principais dificuldades da comunidade angolana na Alemanha: Embaixadora anuncia possibilidade de reabertura do consolado de Frankfurt

Cooperação Económica Internacional e Comunidades Angolanas
Saturday, 30 de September de 2023, às 23h07
Delegação de alto nível ouve principais dificuldades da comunidade angolana na Alemanha: Embaixadora anuncia possibilidade de reabertura do consolado de Frankfurt

O auditório da embaixada de Angola na Alemanha foi o palco do primeiro encontro de auscultação da comunidade angolana nesse país, por uma delegação governamental de alto nível, liderada pelo Ministro da Economia e Planeamento, Mário Caetano João.


Durante o encontro os angolanos apontam os seus principais desafios, entre eles, as dificuldades que têm no tratamento de passaportes para si e para os seus descendentes e a emissão de vistos para empresários alemães convidados a investir em Angola.


Sobre esse tema da documentação, a embaixadora de Angola República Feral da Alemanha e República Checa, Balbina da Silva, que conhece bem a realidade, esclareceu que a celeridade da emissão dos documentos tem vindo a melhorar a cada dia, a ponto de haver muitos passaportes por levantar. No que diz respeito a dificuldade de emissão de passaportes, temos registo de casos de pessoas que mudaram de nome, quando pediram asilo político, o que torna difícil emitir um passaporte para uma pessoa que mudou de nome".


O Secretário de Estado para a Cooperação Internacional e das Comunidades Angolanas, Domigos Vieira Lopes, remeteu a situação dos cidadãos que mudaram de nome ao Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos que deverá encontrar uma solução para cada caso pontual".


Para os cidadãos em situação regular o Ministro da Economia e Planeamento, Mário Caetano João, sugeriu à embaixada "a criação de uma plataforma digital que permita aos cidadãos nacionais fazer um acompanhamento do estágio ou fase em que se encontra o seu expediente, salvaguardando os elementos de protecção de dados".


A comunidade também aproveitou a ocasião para solicitar a reabertura do consolado angolano em Frankfurt, no centro da Alemanha, pois quase todas as comunidades levam seis horas de ida, mais seis horas de volta para tratar documentos em Berlim.


Balbina da Silva garantiu que a embaixada está a trabalhar "com o Ministério das Relações Exterior no Sentido de se reabrir o consolado. Porque primeiro há voos directos (de Luanda e para Luanda) todas semanas, segundo a maior comunidade angolana está no sul país, o que reduziria o tempo de viagem para duas horas, isto é, das suas zonas de residência para o consolado. Devemos ajudar a nossa comunidade nesse sentido".


Ao dirigir-se para aos presentes, Mário Caetano João, reafirmou o compromisso do governo angolano apostar no capital humano, diversificar a economia nacional e modernizar as infra-estruturas. Um processo que conta com a participação de todos incluíndo a comunidade angolana na diáspora.


"Temos de fazer isso juntos, não acredito que um projecto a ser a apresentado e desenvolvido por um angolano que estudou e trabalhou ou trabalha na quarta maior economia do mundo não tenha sucesso em Angola. Terá sucesso de certeza", desafiou o Ministro.


Mário Caetano João incentivou, também, a comunidade a monetizar o valor da cultura angolana, sobretudo, em três vertentes, a música, dança e gastronomia.


"Além de vocês poderem levar empresários alemãs para investir em Angola, portanto, sendo verdadeiras pontes económicas entre o nosso País e a Alemanha, vocês também aqui podem fazer dinheiro promovendo a cultura angolana. Criando escolas de Kizomba, clubs de Kizomba, façam dinheiro com a nossa gastronomia. temos exemplo de pelo menos um caso de sucesso na República Checa. Esse modelo de promoção da cultura angolana podemos apoiar, pois é sustentável ,de outra forma é inviável", apelou o governante, de forma franca.


O tempo de emissão de licenças de exportações, igualmente, foi um tema levantado pela comunidade. O Secretário de Estado para o Comércio, Amadeu Nunes, garantiu que o processo agora foi digitalizado e não leva mais de 12 horas para a sua emissão caso seja cumpridos todos os requisitos.


Os Angolanos também levantaram o tema dos títulos de concessão de terras, que segundo eles são difíceis de ser conseguidos. Sobre o assunto, o Secretário de Estado para a Agricultura, João Cunha aclarou que "o processo começa na comunidade (autoridades tradicionais) para evitar futuros conflitos de terras. Vencida essa etapa o processo é mais rápido e com ajuda quer do Ministério da Agricultura e Pecuária, que do Ministério da Economia e Planeamento, através da Direcção Nacional para o Ambiente de Negócios a celeridade é ainda maior", nem seja, pela emissão de trilos provisórios.


"A reforma administrativa que está a ser feita visa alcançar um ponto em que não seja necessário esse apoio referido. Queremos chegar à um ponto em que o cidadão chegue ao balcão e consiga resolver de forma simples os seus problemas", rematou.


A delegação Angolana liderada pelo Ministro da Economia e Planeamento, integra ainda os Secretários de Estado para a Cooperação Internacional e das Comunidades Angolanas, Domingos Vieira Lopes, para o Comércio, Amadeu Nunes, para a Agricultura e Pecuária, João Cunha, o PCA da Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações, AIPEX, a Presidente da Comissão Executiva do Banco de Desenvolvimento de Angola, Patrícia de Almeida, o Presidente da Comissão Executiva da Bolsa da Dívida e de Valores de Angola, BODIVA, o Administrador Executivo da ZEE, Adriano Celso Borja, o Director para Integração e Cooperação Internacional, Jerónimo Pongolola e o Director de Comunicação Institucional e Imprensa, do MEP, Benedito Kayela, assim como representantes da Agência de Regulação e Certificação de Carga de Angola, ARCCLA.


Entidades privadas, também, acompanharam o encontro, nomeadamente, os representantes do Banco BAI e o Decano da Faculdade de Economia e Gestão da Universidade Católica de Angola, Augusto Caetano João.



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